Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre ALIMENTOS PARA ESPORTISTAS, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com participação de alunos da disciplina “Química Bromatológica” e com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

Recomenda-se que as postagens sejam lidas junto com os comentários a elas anexados, pois algumas são produzidas por estudantes em circunstâncias de treinamento e capacitação para atuação em Assuntos Regulatórios, enquanto outras envolvem poderosas influências de marketing, com alegações raramente comprovadas pela Ciencia. Esses equívocos, imprecisões e desvios ficam evidenciados nos comentários em anexo.

domingo, 13 de julho de 2008

Alimentos protéicos para praticantes de atividade física: Como esse produto funciona fisiologicamente?




Os aminoácidos sofrem degradação oxidativa liberando energia, e essa energia liberada varia com o metabolismo individual e com a situação metabólica em que o indivíduo se encontra. Os aminoácidos podem sofrer degradação oxidativa em três circunstâncias metabólicas diferentes:

  1. Durante a síntese e degradação normais de proteínas;
  2. Numa dieta rica em proteínas;
  3. No jejum severo ou no caso de diabetes melito.

Os aminoácidos participam da síntese de proteínas, inclusive de fibras musculares do músculo esquelético responsável pela contração muscular durante o exercício. Teoricamente os músculos que se contraem perto da potência máxima e com sobrecarga conseguem aumento de força, através do aumento no diâmetro e na quantidade destas fibras musculares. Os consumidores deste produto acreditam que uma maior disponibilidade plasmática de aminoácidos é o suficiente para a hipertrofia muscular.


Dados de pesquisa não confirmam que esses suplementos alimentares sejam mais eficazes do que as fontes protéicas naturais. O indivíduo que realiza treinamento de força pode necessitar de 1,5 – 2,0g de proteína /Kg de peso corporal. Essa quantidade é facilmente obtida das fontes protéicas de uma dieta saudável (carnes magras, leite desnatado, proteínas vegetais complementares).

Não é adequada a utilização desse alimento em excesso, pois o excesso de proteínas é eliminado (já que aminoácidos livres não podem ser armazenados) podendo levar a sobrecarga hepática e renal.

Assim como, ficar longos períodos sem alimentação, não é saudável. À medida que os carboidratos estiverem inacessíveis, as proteínas corporais serão hidrolisadas e seus aminoácidos utilizados como fonte energética, havendo perda de massa muscular.

Deficiências nutricionais podem reduzir a habilidade para executar exercício, mas uma supernutrição não pode repor fatores genéticos para o desenvolvimento muscular. Então, não é possível apenas com o uso de suplementos protéicos e a prática de atividade física modificar seu biótipo.

O importante é manter uma dieta equilibrada e praticar exercícios, com o auxílio de profissionais da área na busca pela saúde e não, apenas, pelo corpo perfeito.


Referências Bibliográficas:

  • Junior, James F. Hickon; Wolinsky, Ira. Nutrição no exercício e no esporte. 2°

edição. Editora Roca;

  • Powers, Scott K. ; Howley, Edwart T. Fisiologia do exercício. Teoria e aplicação ao

condicionamento e ao desempenho. 3° edição. Editora Manole.

  • Costill, David; Wilmore, Jack H. Fisiologia do esporte e do exercício. 2° edição.

Editora Manole.

  • lehninger, Albert Lester1917 – 1986. lehninger princípios de bioquímica / David

L. Nelson, Michael M. Cox; traduzido por Arnaldo Antonio Simões, Wilson

Roberto Navega Lodi – 3° edição – São Paulo : Sarvier, 2002.

  • PORTARIA N º 222, DE 24 DE MARÇO DE 1998 - ANVISA
  • PORTARIA Nº 27, DE 13 DE JANEIRO DE 1998 - ANVISA
  • PORTARIA Nº 841, DE 23 DE OUTUBRO DE 1998 – ANVISA
  • Portaria nº 33, de janeiro de 1998 – ANVISA.



Daniele Fraga Sant´Ana e Jacqueline Serzedello de Souza


O que são efetivamente os suplementos protéicos?






A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define alimentos protéicos como: “produtos com predominância de proteína(s), hidrolisada(s) ou não, em sua composição, formulados com o intuito de aumentar a ingestão deste(s) nutriente(s) ou complementar a dieta de atletas, cujas necessidades protéicas não estejam sendo satisfatoriamente supridas pelas fontes alimentares habituais.

Esses alimentos são constituídos por proteínas do soro do leite, que são extraídas do soro por diversas técnicas de processamento, como exemplo, a filtração. A proteína é constituída por subfrações protéicas chamadas de aminoácidos. A composição de amoniácidos no alimento dependerá da técnica empregada na separação da proteína do soro.

As propagandas passam a idéia que quanto mais proteína ingerida, melhor será para o aumento de massa muscular. Mas isso não é verdade, pois cada indivíduo tem sua limitação na prática do exercício, com necessidades metabólicas diferentes. Sendo assim, sua necessidade pode ser ou não suprida apenas com uma alimentação equilibrada. Caso essa necessidade não seja suprida apenas pela alimentação, é que esses suplementos protéicos são necessários (conforme definição da ANVISA). A ingestão diária recomendada (IDR) para adultos, segundo a portaria nº 33, de janeiro de 1998, é de 50g de proteínas pois o excesso destes no organismo é excretado e pode levar a sobrecarga hepática e renal.


Referências Bibliográficas:

  • Junior, James F. Hickon; Wolinsky, Ira. Nutrição no exercício e no esporte. 2°

edição. Editora Roca; 2-12 pp.

  • Powers, Scott K. ; Howley, Edwart T. Fisiologia do exercício. Teoria e aplicação ao

condicionamento e ao desempenho. 3° edição. Editora Manole. 463-478 pp.

  • Costill, David; Wilmore, Jack H. Fisiologia do esporte e do exercício. 2° edição.

Editora Manole. 475-484 pp.

  • lehninger, Albert Lester1917 – 1986. lehninger princípios de bioquímica / David

L. Nelson, Michael M. Cox; traduzido por Arnaldo Antonio Simões, Wilson

Roberto Navega Lodi – 3° edição – São Paulo : Sarvier, 2002. 486,511,512,842

pp.

  • PORTARIA N º 222, DE 24 DE MARÇO DE 1998 - ANVISA
  • PORTARIA Nº 27, DE 13 DE JANEIRO DE 1998 - ANVISA
  • PORTARIA Nº 841, DE 23 DE OUTUBRO DE 1998 – ANVISA
  • Portaria nº 33, de janeiro de 1998 – ANVISA.

Daniele Fraga Sant´Ana e Jacqueline Serzedello de Souza


Se não é nutriente, mas tem ação farmacológica também, então por que não tem bula, com posologia, contra-indicações e etc....?




Os suplementos alimentares surgiram para suprir deficiências nutricionais da população, portanto com um cunho terapêutico. Atualmente são usados para aumentar a oferta de aminoácidos visando à síntese protéica, o ganho de massa magra e a hipertrofia muscular. Potencializando a atividade física.No objetivo de tornar mais acessível à população e de facilitar o registro no órgão de fiscalização do governo, são classificados como suplementos alimentares e não de medicamentos, desde que obedeçam a certos critérios de composição nutricional.
A composição protéica deve ser constituída de, no mínimo, 65% de proteínas de qualidade nutricional equivalente às proteínas de alto valor biológico, sendo estas formuladas a partir da proteína intacta e ou hidrolisada. As proteínas podem ser classificadas comoAlto valor biológico: encontram-se nos alimentos de origem animal (lacticínios, carne, peixe e ovos) e possuem aminoácidos essenciais em proporções adequadas às necessidades do organismo.
Baixo valor biológico: existem nos alimentos de origem vegetal, especialmente nas leguminosas frescas (ervilhas) e secas como o feijão. Estes alimentos não têm na sua composição os aminoácidos essenciais nas proporções adequadas às necessidades do organismo
Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais. Podem conter ainda carboidratos e gorduras, desde que a soma dos percentuais do valor calórico total de ambos não supere o percentual de proteínas. Se apresentam sob a forma de: tabletes, drágeas, cápsulas, pós, granulados, pastilhas mastigáveis, líquidos, preparações semi-sólidas e suspensões. Mas somente os denominados medicamentos com ação farmacológica comprovada têm a necessidade de conter bula.

Daniele Fraga Sant´Ana e Jacqueline Serzedello de Souza

O que deve conter no rótulo?



Análise do rótulo do suplemento alimentar Animal Tabs Way.
“Composição - Animal Tabs Way (100 tabs):

Informações Nutricionais
Porção: 8 tabletes
Conteúdo: 100 tabletes


Quantidade
por porção .............................................% IDR *

Valor Calórico 28 Kcal .............................. 1

Proteínas 6 g ............................................. 12

Carboidratos 1 g ....................................... 0

Gorduras Totais 0 g ................................. 0

Gorduras Saturadas 0 g ........................... 0

Gorduras Trans 0 g .................................. **

Fibra Alimentar 0 g ................................. 0

Sódio 34 mg .............................................. 1


* % Valore diários com base em uma dieta de 2000Kcal ou 8400Kj. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.
** Não tem valor díário definido.
Ingredientes: Proteína do soro do leite concentrada (WPC), colágeno, lactose, amido de milho, carbonato de cálcio e dióxido de silício (antiumectantes).
Sugestão de Uso: Consumir 4 tabletes antes e 4 tabletes após os treinos ou segundo orientação do seu médico ou nutricionista”.
De acordo com a portaria nº 222, de março de 1998, sua composição deve conter um mínimo de 65% de proteína de qualidade nutricional, a adição de vitaminas e / ou minerais é opcional. O painel principal da rotulagem deve conter a classificação do alimento e os demais painéis devem constar a recomendação em destaque e negrito: "Crianças, gestantes, idosos e portadores de qualquer enfermidade devem consultar o médico e ou nutricionista". Ficam proibidas expressões tais como "anabolizantes", "body building", "hipertrofia muscular", "queima de gorduras", "fat burners", "aumento da capacidade sexual", ou equivalentes.
Portanto este produto se enquadra nas normas da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) dentro da classificação de “ Alimentos protéicos para praticantes de atividade física”, possuindo o registro do Ministério da Saúde.


Referências Bibliográficas:


  • PORTARIA N º 222, DE 24 DE MARÇO DE 1998 - ANVISA

Daniele Fraga Sant´Ana e Jacqueline Serzedello de Souza